Adotar um animal de estimação é um gesto nobre, que requer muita dedicação e carinho por parte do tutor, principalmente quando o pet adotado apresenta problemas de comportamento, como latidos constantes ou agressividade repentina. É por isso que preparamos este artigo especial para que você saiba o que fazer quando se deparar a problemas de comportamento.
No final do ano celebramos o Dezembro Verde, um mês especial de conscientização do não abandono de animais e, infelizmente, todos os anos, muitos pets adotados são abandonados devido a problemas de comportamento que surpreendem os donos. Isso acontece porque não é levado em consideração que cada animal tem também a sua história de vida, sua trajetória e traumas para superar. A adoção, portanto, é uma atitude de acolhimento e transformação.
Antes da adoção, é fundamental uma análise prévia não apenas do pet, mas das reais intenções e condições disponíveis para proporcionar qualidade de vida ao novo animal de estimação.
Não é incomum interpretar de forma errada a diferença entre um transtorno real do pet e um comportamento indesejado.
O transtorno é uma resposta do animal a experiências negativas, traumáticas e deve ser acompanhada para superá-lo ou pelo menos minimizar seus efeitos; um cachorro que sofreu maus-tratos, por exemplo, terá maiores dificuldades para socializar com humanos. Já o comportamento indesejado é um “problema” de divergência entre a expectativa do dono e a realidade do animal.
Vamos explicar melhor. Cães sem raça definida tendem a ser mais ativos do que cães de raças criadas para companhia. Então, é natural que seja mais agitado e exija mais tempo para gastar suas energias. Isso não é um verdadeiro problema, é mais um despreparo de quem adotou com uma expectativa, sem conhecer o passado do animal, e se deparou com outro comportamento.
Entre os transtornos mais comuns identificados em cães e gatos adotados estão:
• xixi e cocô em lugares errados;
• latidos excessivos;
• destruir móveis e objetos.
Em relação ao xixi e cocô, o dono precisa entender que não é uma provocação do pet. Ele está em um novo ambiente buscará marcar o seu território. É responsabilidade do dono, com carinho e estímulos positivos, inseri-lo em uma rotina e determinar um local onde ele se sinta bem para as suas necessidades. Já os latidos excessivos e a destruição de móveis, objetos (e até mesmo quando o animal se mutila) são consequência do longo tempo que passam sozinhos e sem entretenimento.
Muitas vezes os tutores são surpreendidos com mudanças de comportamento em relação ao momento da adoção e também em relação aos primeiros dias em seu novo lar. Esse tipo de mudança é algo esperado e normal, afinal, o comportamento do pet depende do ambiente e contexto em que ele se encontra. Se o pet se acostumou a viver em grupo no abrigo, é compreensível que se sinta sozinho em uma nova casa.
Em média, a adaptação dos cães às novas circunstâncias pode levar até três semanas, quando ele começará a relaxar e ficar à vontade. Em casos mais delicados, de cachorros muito traumatizados e que sofreram bastante (física e mentalmente), esse tempo pode se estender por até um ano.
Outro ponto importante é que ter paciência não significa não ser firme com o pet adotado. Você precisará criar e ensinar uma rotina para que ele se adapte melhor e precisará ser constante e persistente para o adestramento e para não tolerar desobediências, principalmente quando, em alguns casos, o animal assuma posturas agressivas. Caso você não se imponha, ele entenderá que pode se comportar dessa forma.
Levar para casa um pet abandonado gera muitas expectativas e ansiedades para o tutor, sua família e para o pet! Se você não tem muita experiência com animais e não entende muito bem como funciona a sua psicologia, é recomendado que você busque um profissional especializado em comportamento animal. Ele ficará responsável por analisar a interação do pet com o ambiente, suas reações e comportamentos para orientar você sobre os locais mais adequados para dispor os alimentos, caminha, além de técnicas para que o animal faça as necessidades no local certo.
O ideal para a adoção é que o tutor esteja ciente de que precisará de bastante tempo para ficar com o pet, porém, se realmente isso não for possível, ele deve proporcionar ao animal um ambiente sadio e planejado para que ele possa gastar suas energias. Um bom exemplo disso são os brinquedos com reservatório de comida ou petiscos (o que o estimulará mais); no caso dos gatos, arranhadores e brinquedos que se assemelhem a presas que ele possa caçar.
Seu novo bicho de estimação precisa muito de amor e compreensão. E, antes de pensar em suprir as nossas necessidades afetivas, precisamos aprender a suprir a dos nossos pets. Esse é o maior gesto de carinho. Não adote por impulso, adote por amor e com muita responsabilidade.
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